quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

S.Caetano oficializa bico de GCM para reforçar segurança

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
Celso Luiz/DGABC
O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), regulamentou ontem por decreto a implementação de operação que permitirá aos GCMs (Guardas-Civis Municipais) trabalhar em seus dias de folga em troca de reforço no salário.
Chamado de Cidade Segura, o projeto que oficializa o bico é semelhante ao usado pela PM (Polícia Militar) em convênio com algumas prefeituras, por meio do qual soldados, cabos e sargentos recebem do município para, nos dias de folga, atuar em questões cuja fiscalização seria de competência do poder municipal.
“É quase uma cópia”, disse Pinheiro. “Nós sempre estamos analisando os bons programas, tanto doEstado ou do governo federal, e estudamos a implantação pela Prefeitura.”
A ideia vinha sendo discutida desde junho de 2012, quando um projeto de lei foi aprovado pela Câmara Municipal. “Era para ter implementado no ano passado, mas não conseguimos por questões orçamentárias”, disse Pinheiro.
Segundo prevê o projeto, o trabalho extra é opcional aos 430 guardas da cidade. Eles poderão fazer até quatro plantões de 12 horas cada um por mês nos dias de folga, ganhando entre R$ 84 e R$ 124 por dia, dependendo da classe. O plano é que sejam R$ 125 fixos. Atualmente, um GCM iniciante ganha salário mensal de cerca de R$ 2.100.
A Prefeitura espera, com o programa, reforçar a vigilância em eventos, áreas de maior vulnerabilidade e também manter ativa cada uma das sete bases comunitárias existentes.Atualmente, por problemas de efetivo, algumas fecham e não funcionam 24 horas por dia.
“(A prática) Nos ajuda a resolver eventual problema de efetivo”, admitiu Marco Antonio Alvares Barreiras, secretário de Segurança Urbana. “O guarda tem a garantia que está em serviço legal, atuando uniformizado. A população terá referência na hora que precisar de auxílio”, completou.
Especialista em Segurança pública, José Vicente da Silva Filho destoa dos elogios governamentais e enfatiza que esse tipo de atividade serve como admissão que funcionários da área de segurança são mal pagos.
“Hora de folga é para descansar, ter convívio familiar. Praticamente se força a adesão pelo baixo salário que eles ganham. É injusto”, disse. “É uma situação intolerável a carga de trabalho excessiva que eles têm.” 

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